Medicina Tecnológica Sintomática

Na antiga Medicina Ayurvédica, agora com 6000 anos, a Saúde era entendida como a harmonia entre o Corpo, a Mente e o Espírito (ternariedade). Os estudantes de Medicina tinham de guardar castidade, honestidade e fazerem alimentação vegetariana.

Na Medicina Tradicional Chinesa, agora com mais de 5000 anos, a Saúde é entendida como resultante da interacção adequada e proporcional entre Yin e Yang (polaridade universal), entre Céu, Homem e Terra (ternariedade) e entre Água, Madeira, Fogo, Terra e Metal (5 Elementos). Possui a Farmacopeia natural mais completa e mais antiga do mundo, sobretudo à base de plantas medicinais. Uma Alimentação dietética energética formidável.

A Acupunctura e Moxabustão, únicas no mundo. Exercícios de Meditação, Qi Gong e Artes Marciais (do Taijiquan ao Kung Fu). No "Neijing - Princípios de Medicina Interna do Imperador Amarelo" (diálogo entre o Imperador e o Mestre Taoista Qibo) pode ler-se: "...Nos tempos antigos, os que conheciam a Arte de conservar uma boa Saúde, comportavam-se segundo as Leis da Natureza, tal como o Yin e o Yang...Mas hoje em dia as pessoas não têm um padrão de vida regular quanto à comida, bebida e actividade...por isso não conhecem a alegria de conservar uma boa Saúde..."

Na Medicina do Antigo Egipto, de há 5500 anos, Imhotep é considerado o 1.º Médico, Arquitecto e Engenheiro da História da Medicina Ocidental. Essa Medicina era muito desintegrada e especializada, havendo Cirurgia, Medicina Dentária, Amuletos, Magia e Religião. A esperança de vida era de apenas 30 anos para as mulheres e de 35 anos para os homens.

Esta é a raiz oculta da actual Medicina Ocidental Moderna Sintomática Tecnológica, como vamos ver.

Da Medicina da Antiga Grécia, de há 3200 anos, que foi beber à Medicina do Antigo Egipto, Hipócrates (460-370 a.C.) é o Médico mais famoso e é considerado o pai da Medicina Ocidental actual. "Que o teu alimento seja o teu medicamento" é um aforismo de Hipócrates. Mas no "Juramento de Hipócrates", ainda hoje, todo o Médico jura "não revelar a Arte/Ciência da Medicina aos que a ela não pertencerem".

Apesar de tudo, mesmo depois de Hipócrates e de Galeno (129-204) e até ao Renascimento (fins Séc XIV/XVI), mesmo nessa Medicina Ocidental, era entendido como principal a Alimentação e a Higiene.

Mas desde essa época, temos assistido, ao longo da História Ocidental, a um descalabro cada vez mais avassalador, cada vez mais capaz de destruir a espécie humana, depois de outras espécies já destruídas pelo ser humano. Do Renascimento: a Filosofia "Humanista" veio, paradoxalmente, para destruir a Humanidade e a Filosofia "Naturalista" ("hiper-realista") veio, paradoxalmente, para desprezar, ignorar e destruir a Natureza e para ignorar a Realidade global transcendental, contentando-se com a realidade comum, mesquinha. Dessas duas Filosofias surgiram o Hedonismo (a procura monomaníaca unilateral do prazer, como bem supremo), o Racionalismo (a procura monomaníaca e unilateral da razão como a única coisa válida), o Individualismo (a procura monomaníaca e unilateral da satisfação de si próprio, desprezando tudo o resto e todos os outros seres ou indivíduos), o Capitalismo (a procura monomaníaca e unilateral do dinheiro, desprezando tudo o resto, incluindo a própria Saúde e a Honra), entre outras. E é neste caldo ou sopa envenenada que se vai desenvolvendo e envenenando também a própria Medicina Ocidental, até aos dias de hoje.

Com a tecnologia cada vez mais avançada, por um lado o Médico vem ficando cada vez mais distante do doente. Até pode fazer cirurgia à distância. É como deitar uma bomba à distância. Quem bombardeia, não sente o sofrimento dos bombardeados. E por outro lado, os doentes e o público ou povo em geral, fica cada vez mais dependente do Médico ou, mais precisamente, do sistema burocrático e tecnológico, perdendo a noção da própria realidade. Realidade do seu corpo, da sua mente, do seu espírito, da sua família, do ambiente efectivo que o cerca, do qual depende, mas não tem consciência, tal como o peixe na água, que apenas toma consciência da água quando sai fora dela. A somar a tudo isto, não é ensinado nas Escolas (nem públicas nem privadas) como ser independente na Saúde ou como ser saudável. Em vez disso as pessoas são bombardeadas com contra-informação, mediante Notícias e Artigos na Rádio, Televisão, Internet, Jornais, Revistas, Livros. E o que está mais acessível ou é permitido adquirir ou "escolher" são medicamentos químicos com efeitos secundários por vezes até letais, levando a intoxicações, envenenamento, perda da capacidade sexual, infertilidade, doenças degenerativas como cancro/câncer e outras, alterações degenerativas do ADN/espécie humana, suicídio, morte.

Além dessas Drogas, eufemisticamente designadas oficialmente por "Medicamentos", a Cirurgia é muitas vezes usada abusivamente e desnecessariamente, prejudicando não só por vezes directamente mas também porque não educa o doente e o torna ainda mais insensível e irresponsável pela sua saúde, enquanto que sem Cirurgia teria de corrigir hábitos, atitudes, consciência.

Mas já que "mais vale acender uma vela que lamentar a escuridão" (Lao Tse), diremos que uma verdadeira Medicina deverá contemplar/ensinar/responsabilizar não apenas ao Médico mas sobretudo a todo o Cidadão e a todo o Doente, no mínimo e fundamentalmente:

1. Alimentação e Bebida (incluindo Alimentação propriamente dita e preparações à base de Plantas Medicinais, desde a Agricultura, Indústria, Culinária, Mastigação e até à Atitude à Mesa)
2. Movimentação/Exercício, Meditação e Sono/Repouso
3. Autocontrolo Emocional (como abrir o Coração e como tranquilizar o Coração e outros Órgãos)
4. Autocontrolo Mental (autocontrolo e autodesenvolvimento do Raciocínio e da Mentalidade)
5. Métodos Terapêuticos Naturais e Independentes para casos de Doença e sobretudo para prevenção, promoção e fortalecimento da Saúde
6. Estudo e compreensão das Leis da Natureza e da interacção entre o Ser Humano e a Natureza (Ambiente, restantes Seres, Cosmos)
7. Treinamento de Transcendência (Instinto, Intuição e Percepção Transcendental)